Sobrevivente de cinco prorrogações em seus seis últimos jogos eliminatórios em Mundiais, a Croácia, atual vice-campeã do mundo, encara a Argentina nesta terça-feira, 13 de dezembro, na tentativa de alcançar pela segunda vez consecutiva um lugar na decisão de uma copa do Mundo. O confronto, que abre a agenda das semifinais da Copa do Catar de 2022, terá como palco o estádio Lusail. O início está marcado para 16h (horário de Brasília).
Em caso de igualdade, o regulamento estabelece a realização de prorrogação de 30 minutos. Se persistir o empate ao final do período extra, a definição do vencedor será feita através de cobranças de pênaltis. Dessa vez, no entanto, o perdedor não volta para casa. Terá no sábado, 17 de dezembro, a disputa do terceiro lugar em sua agenda. A final do Mundial está prevista para domingo, 18 de dezembro. A segunda semifinal está marcada para quarta-feira, 14 de dezembro, entre França e Marrocos.
Argentinos não quebram invencibilidade contra holandeses, mas avançam nos pênaltis
A seleção da Argentina tem uma longa história de encontros com a Holanda em mundiais. Ela atingiu dez confrontos na sexta-feira, 9 de dezembro. Em nenhum deles conseguiu vencer no tempo regulamentar, embora tenha se saído melhor na mais importantes das batalhas. Ela acontecem em 1987 na Copa do Mundo que foi sediada justamente em solo argentino. Após empate por 1 a 1 nos 90 minutos, a seleção sul-americana ganhou seu primeiro título Mundial ao marcar 2 a 0 no período extra.
Nas quartas de final da Copa do Catar, após quatro empates e cinco derrotas, deu a impressão de que esse tabu chegaria ao final. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Lionel Messi deu um passe para Molina abrir o marcador. A vantagem ficou ainda mais confortável aos 28 minutos da fase final quando, ao executar cobrança de pênalti, Messi fez o segundo tento argentino. Jogo parecia definido. Entretanto, a Holanda reagiu. Weghorst marcou aos 38, contando com passe de Berghuis, e aos 56 minutos, após receber assistência de Koopeinres em uma cobrança de falta ensaiada.
O empate, por 2 a 2, provocou a realizada da prorrogação, que não saiu do 0 a 0. Nas penalidades, os argentinos levaram a melhor. Após dez cobranças, venceram por 4 a 3. O goleiro Martinez defendeu as duas primeiras penalidades dos holandeses. Enzo Fernandez até pode desperdiçar a quarta cobrança argentina, que mandou na trave, mas os sul-americanos garantiram o direito de seguir para as semifinais. Agora, defenderão um outro tabu. Nunca perderam nesse estágio em uma Copa do Mundo.
Partida das quartas tem festival de cartões e deixa dois suspensos na Argentina
A grande rivalidade entre Holanda e Argentina foi claramente refletida nas numerosas advertências aplicadas pelo árbitro espanhol Mateu Lahoz. Foram 17 no total, entre amarelos e um vermelho. Até mesmo na disputa por pênaltis ele mostrou advertências. Os holandeses receberam oito cartões. Foram sete amarelos, incluindo um para Weghorst no primeiro tempo quando ele ainda está no banco de reservas. O artilheiro só foi acionado aos 33 minutos da fase final na vaga de Depay. E o vermelho para Dumfries após a disputa por pênaltis.
Os argentinos tiveram nove cartões amarelos aplicados. Dois deles foram importantes, uma vez que para as semifinais todas as advertências serão zeradas. No entanto, quem foi suspenso com as punições nas quartas de final terá que cumpri-las. É o caso de dos defensores Gonzalo Montiel e Nahuel Molina. Ambos receberam cartão amarelo e não poderão enfrentar a Croácia criando um problema para o técnico Lionel Messi. Molina começou como titular na ala e Montiel entrou em seu lugar. Logo, terá que encontrar uma solução para o setor.
Outra questão para o confronto é em relação ao atacante Di Maria, que claramente não está no melhor de seu condicionamento físico. Contra a Holanda foi acionado apenas aos sete minutos do segundo tempo na vaga do defensor Lisandro Martinez. Melhorou o nível de atuação da Argentina, mesmo que o time não tenha conseguido evitar que o jogo fosse para a disputa por pênaltis.
Croatas disputam cinco prorrogações em seis jogos eliminatórios nos últimos mundiais
Vice-campeã na Copa do Mundo da Rússia de 2018, a Croácia tem feito da resiliência a sua maior arma. Das últimas seis partidas de caráter eliminatório que realizou na última versão do Mundial e, agora, na Copa do Catar, cinco tiveram prorrogação. A única exceção nessa sequência foi justamente a final do torneio de 2018 quando os croatas foram derrotados, por 4 a 2, pela França, que levou o troféu para casa. Quem não bateu a equipe no tempo regulamentar, levou a pior.
Na Copa de 2018, nas oitavas de final, a Dinamarca foi mandada embora para casa mais cedo ao perder a disputa por pênaltis. Nas quartas de final, a vítima foi a seleção do país sede da competição. Os russos perdera também nas cobranças de penalidades máximas. Nas semifinais, os ingleses nem chegaram tão longe. Forçaram a realização de prorrogação. Contudo, caíram no período extra.
No Mundial do Catar, a Croácia passou pelo Japão nas oitavas de final na disputa por pênaltis. No duelo, saiu em desvantagem no período regulamentar, mas alcançou o empate por 1 a 1. No período extra, o placar ficou sem movimentação. Nas quartas de final, o drama foi ainda maior. Depois de igualdade sem gols com a seleção brasileira no tempo regulamentar, os croatas tiveram a defesa vazada na prorrogação. Foram arrancar a igualdade, por 1 a 1, aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação.
Equipe escapou por muito pouco da eliminação na fase de grupos
Coube a Petrovic evitar a eliminação ao balançar e rede após receber passe de Orsic. Foi a única finalização certa dos croatas na partida, em que criaram nove chances de disparo. A seleção brasileira, que contou com a bola por 50% do tempo, fez 20 arremates, sendo 11 deles no alvo. Os números contabilizam tempo regulamentar e prorrogação. Apesar de altamente favoráveis ao Brasil, a Croácia, com superioridade numérica no meio campo, determinou o ritmo do jogo. Foi sua melhor partida na Copa do Mundo do Catar, em que por muito pouco não foi eliminada na primeira fase.
No estágio de grupos, os croatas avançaram com a segunda colocação da chave F, que teve o Marrocos, outro semifinalista, como campeão com sete pontos (duas vitórias e um empate). A Croácia, com cinco pontos (uma vitória e dois empates) garantiu o segundo lugar e o direito de seguir na luta pelo título graças ao empate sem gols com a Bélgica na terceira e última rodada da primeira etapa do torneio. No jogo, foi inferior aos belgas, que desperdiçaram ao menos quatro boas oportunidades de marcar. As melhores delas foram perdidas justamente pelo seu melhor atacante, Romelu Lukako.
Os convocados da Argentina para o Mundial
- Goleiros: Emiliano Martínez (Aston Villa), Franco Armani (River Plate) e Gerónimo Rulli (Villarreal);
- Defensores: Nahuel Molina (Atlético Madrid), Gonzalo Montiel (Sevilla), Cristian Romero (Tottenham), Germán Pezzella (Betis), Nicolás Otamendi (Benfica), Lisandro Martínez (Manchester United), Marcos Acuña (Sevilla), Nicolás Tagliafico (Lyon) e Juan Foyth (Villarreal);
- Meias: Rodrigo De Paul (Atlético Madrid), Leandro Paredes (Juventus), Alexis Mac Allister (Brighton), Guido Rodríguez (Betis), Alejandro Gómez (Sevilla), Enzo Fernández (Benfica) e Exequiel Palacios (Bayer Leverkusen).
- Atacantes: Lionel Messi (PSG), Lautaro Martínez (Inter de Milão), Ángel Di María (Juventus), Julián Álvarez (Manchester City), Paulo Dybala (Roma), Thiago Almada (Atlanta United) e Ángel Correa (Atlético de Madrid).
Os convocados da Croácia para a Copa
- Goleiros: Livakovic (Dínamo Zagreb), Ivusic (Osijek) e Grbic (Atlético de Madrid);
- Defensores: Vida (AEK-GRE), Lovren (Zenit), Barisic (Rangers), Juranovic (Celtic), Gvardiol (RB Leipzig), Sosa (Stuttgart), Stanisic (Bayern de Munique), Erlic (Sassuolo) e Sutalo (Dínamo Zagreb);
- Meias: Modric (Real Madrid), Kovacic (Chelsea), Brozovic (Inter de Milão), Pasalic (Atalanta), Vlasic (Torino), Majer (Rennes), Jakic (Eintracht Frankfurt) e Sucic (RB Salzburg);
- Atacantes: Perisic (Tottenham), Kramaric (Hoffenheim), Bruno Petkovic (Dínamo Zagreb), Orsic (Dínamo Zagreb), Budimir (Osasuna) e Livaja (Hajduk).
Como joga a seleção da Inglaterra
A Argentina montou contra a Holanda um sistema com três zagueiros, cinco meias e dois atacantes. Diante de uma Croácia que tem no meio-campo o centro de sua estratégia, muito provavelmente repetirá a tática. A escalação, entretanto, terá que ser diferente uma vez que tanto Molina, titular da ala direita, quando Montiel, seu substituto imediato, estão suspensos. O provável time para o confronto é Emiliano Martínez; Lisandro Martínez, Romero, Otamendi; De Paul, Marcos Acuña, Mac Allister, Enzo Fernandez, Pezzella; Lionel Messi e Julián Álvarez.
Como joga a seleção da Croácia
Os croatas dominaram o jogo contra a seleção brasileira nas quartas de final ao estabelecer uma defesa com quatro, um meio-campo com cinco atletas e atuar apenas com um homem de frente, que também ajudava no combate. É bem provável que façam o mesmo diante da Argentina. Sem problemas de suspensão, deverão escalar a equipe com Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa; Modric, Brozovic, Kovacic e Pasalic, Kramaric.
Estratégias: qual a tática de cada time para o encontro?
Nem Croácia Nem Argentina deverão se lançar o ataque. O mais provável é que travem um jogo de paciência, tentem manter o controle da bola pelo maior tempo possível e avancem com moderação, trocando passes em busca de alcançar a meta adversária sem dar oportunidades para contra-ataques.
Prognóstico e palpite para a partida: Argentina – Croácia (13.12.2022)
Com esse cenário, o palpite indicado que o confronto terá menos que 2,5 gols assinalados é apresentado como boa opção para o duelo entre argentinos e croácia nesta terça-feira abrindo as semifinais da Copa do Mundo do Catar de 2022.
