A mais polêmica de todas as 22 copas do mundo chega ao final neste domingo, 18 de dezembro. Tendo como sede o Catar, acusado de corrupção na eleição para ser o país a receber o torneio, de violação de direitos humanos e trabalhistas, o Mundial contará com Argentina e França duelando para alcançar o título da versão 2022 do torneio. O duelo será realizado no estádio Lusail. O início da decisão está marcado para 12h (horário de Brasília). Da batalha sairá um tricampeão. Os argentinos já levantaram a taça em 1978 e 1986. Os franceses levaram o troféu em 1998 e na mais recente edição da torneio, em 2018, na Rússia.
Em caso de igualdade, o regulamento estabelece a necessidade de realização de prorrogação de 30 minutos para determinar o ganhador. Se ainda assim não for suficiente, o último recurso para desempate é a decisão por pênaltis.
Capacidade de finalização faz Argentina superar Croácia nas semifinais
Responsáveis por tirar o Brasil da Copa do Mundo do Catar, os croatas superados pela Argentina na terça-feira, 13 de dezembro, nas semifinais do Mundial. No encontro, até contaram com o controle da pelota pela maior parte do tempo (61%), desenvolveram maior número de oportunidades para disparo (12 a 10), porém, tiveram a falta de qualidade na hora das finalizações como maior obstáculo no caminho para a decisão. Os argentinos lideraram com grande folga o índice de tiros no alvo (7 a 3).
O caminho para a decisão foi aberto com a cobrança de pênalti executada por Lionel Messi aos 34 minutos. Cinco minutos depois, foi a vez de Julian Alvarez, o jovem atacante de 22 anos do Manchester City, ampliar a vantagem. No segundo tempo, os dois formaram uma parceria para completar o serviço e fechar o marcador. Aos 24 minutos, Messi deu o passe que proporcionou a Alvarez a oportunidade de marcar o terceiro tento e acabar com qualquer chance de reação da Croácia.
Argentinos, na prática, tiveram cinco jogos eliminatórios
Os argentinos não tiveram um bom começo no Mundial do Catar. Na estreia, foram derrotados, por 2 a 1, de virada, pela Arábia Saudita. O resultado interrompeu uma sequência invicta que alcançou 36 partidas (25 vitórias e 11 empates). Impediu que igualasse o recorde mundial de jogos sem perder de uma seleção, que pertence à Itália com 37 confrontos, além de mudar o formato da Copa do Mundo para a equipe. Em vez de esperar as oitavas de final para iniciar o sistema de partidas eliminatórias, passou a viver esse sistema já na segunda rodada.
Uma derrota diante do México, ainda na fase de grupos, tiraria a Argentina do Mundial. Não permitiu que isso acontecesse. Venceu por 2 a 0. Se perdesse para a Polônia na partida seguinte, também ficaria fora do torneio. Novamente sobreviveu à batalha marcando 2 a 0 nos poloneses. Os seis pontos acumulados deixaram a equipe no primeiro lugar da chave C. Nas oitavas de final, superou a Austrália por 2 a 1. Jogo quase sem drama. Porém, ainda levou um pequeno susto no final, quando os australianos desperdiçaram uma oportunidade para empatar a partida.
Emoções fortes mesmo foram vividas nas quartas de final contra a Holanda. A Argentina, que jamais venceu os holandeses, rivais na final da Copa do Mundo de 1978, no tempo regulamentar de um Mundial, abriu vantagem de dois pontos. Entretanto, sofreu o empate por 2 a 2. O segundo gol da equipe europeia foi assinalado no último lance da partida. Depois de igualdade sem gols na prorrogação, levou a melhor na disputa por pênaltis.
França supera devastação causada por lesões
A França teve que lidar em sua defesa do título conquistado na Rússia de 2018 com um grande número de baixas por lesões. Os problemas começaram antes do Mundial e prosseguiram durante a disputa. No total, foram oito jogadores, entre titulares e reservas, que não puderam ser aproveitados pelo técnico Didier Deschamps. Entre eles nomes gigantes como o atacante Karim Benzema, eleito recentemente como melhor do mundo em 2022, e os meias N´Golo Kanté e Paul Pogba, que certamente também estão na relação de melhores do planeta no setor.
Apesar de todos esses problemas, a equipe passou sem qualquer dificuldade pela fase de grupos. Ao superar Austrália (4 a 1) e Dinamarca (2 a 1) foi a primeira a alcançar um lugar na segunda etapa. Mesmo com a derrota, por 1 a 0, para a Tunísia na jornada final. No confronto, o Deschamps se deu ao luxo de usar uma série de reservas. Nas oitavas de final, a Polônia também não foi páreo. Apanhou por 3 a 1.
Inglaterra e Marrocos mostraram limitações francesas
Os problemas franceses, entretanto, ficaram expostos nos confrontos seguintes. Diante da Inglaterra, nas quartas de final, o time foi inferior na maior parte do confronto. Porém, ganhou por 2 a 1. Resultado bem melhor que a atuação. Contou com um pênalti desperdiçado por Harry Kane na reta final da segunda etapa que poderia ter provocado a realização da prorrogação. Viveu situação similar também nas semifinais.
Na quarta-feira, 14 de dezembro, diante de Marrocos, a quem bateu por 2 a 0, a França precisou apenas de cinco minutos para abrir o marcador. Coube a Theo Hernandez a missão de colocar a bola no fundo da rede. No entanto, foi obrigada a se encolher. A seleção marroquina assumiu o controle do jogo em busca da igualdade. Teve o controle da bola por 61% do tempo, desenvolveu 13 oportunidades para disparo, contudo, acertou o alvo apenas uma vez sem atingir seu objetivo. A França tentava, em jogadas de velocidade, chegar ao segundo gol em contra-ataques. Conseguiu definir o jogo aos 34 minutos da etapa final em tento de Kolo Muani. Foi sua segunda finalização certa no confronto.
Os convocados da Argentina para o Mundial
- Goleiros: Emiliano Martínez (Aston Villa), Franco Armani (River Plate) e Gerónimo Rulli (Villarreal);
- Defensores: Nahuel Molina (Atlético Madrid), Gonzalo Montiel (Sevilla), Cristian Romero (Tottenham), Germán Pezzella (Betis), Nicolás Otamendi (Benfica), Lisandro Martínez (Manchester United), Marcos Acuña (Sevilla), Nicolás Tagliafico (Lyon) y Juan Foyth (Villarreal);
- Meias: Rodrigo De Paul (Atlético Madrid), Leandro Paredes (Juventus), Alexis Mac Allister (Brighton), Guido Rodríguez (Betis), Alejandro Gómez (Sevilla), Enzo Fernández (Benfica) e Exequiel Palacios (Bayer Leverkusen);
- Atacantes: Lionel Messi (PSG), Lautaro Martínez (Inter de Milão), Ángel Di María (Juventus), Julián Álvarez (Manchester City), Paulo Dybala (Roma), Thiago Almada (Atlanta United) e Ángel Correa (Atlético de Madrid).
Os convocados da França para a Copa
- Goleiros: Lloris (Tottenham), Areola (West Ham) e Mandanda (Rennes);
- Defensores: Pavard (Bayern de Munique), Konaté (Liverpool), Koundé (Barcelona), Varane (Manchester United), Axel Disasi (Monaco), Saliba (Arsenal), Theo Hernandez (Milan) e Upamecano ( Bayern de Munique);
- Meias: Camavinga (Real Madrid), Rabiot (Juventus), Tchouaméni (Real Madrid), Youssouf Fofana (Monaco), Guendouzi (Olympique de Marselha) e Veretout (Olympique de Marselha);
- Atacantes: Coman (Bayern de Munique), Mbappé (PSG), Giroud (Milan), Griezmann (Atlético de Madrid), Dembélé (Barcelona), Marcus Thuram (Borussia Mönchengladbach) e Kolo Muani (Eintracht Frankfurt).
Como joga a seleção da Argentina
Marcos Acuña e Gonzalo Montiel, que não puderam enfrentar a Croácia devido à suspensão pelo acúmulo de cartões amarelos, voltam a ficar à disposição do técnico Lionel Scaloni para o confronto deste domingo com a França. Para a final, o treinador deve manter a estratégia com três defensores, cinco meias e dois atacantes. O provável time para a decisão é Emiliano Martínez; Molina, Otamendi e Cristian Romero; Acuna, Leandro Paredes, De Paul, Enzo Fernández e Alexis Mac Allister; Messi e Julián Álvarez.
Como joga a seleção da França
Sem as melhores condições físicas, Upamecano ficou fora do jogo contra Marrocos. Se estiver melhor, é possível que retorne ao time titular diante da Argentina. O mesmo acontece com Rabiot. O técnico Didier Deschamps deve manter a formação com quatro defensores, três meias e três atacantes. O time provável para o encontro é Lloris; Koundé, Varane, Konaté (Upamecano) e Theo Hernández; Tchouaméni, Fofana (Rabiot) e Griezmann; Dembélé, Mbappé e Giroud.
Estratégias: qual a tática de cada time para o encontro?
Tanto Argentina quanto França têm procurado desenvolver jogadas em velocidade baseadas em troca de passes e usando a habilidade de seus atacantes. Para o confronto deste domingo, o mais provável é que o time sul-americano, que conta com mais atletas com capacidade para tocar a bola, fique com a pelota por mais tempo. Tem também um sistema defensivo mais confiável. Apenas diante de Marrocos os franceses conseguiram terminar um jogo sem sofrer gol.
Prognóstico e palpite para a partida: Argentina – França (18.12.2022)
Embora os dois times tenham mostrado qualidade ao longo do duelo, a equipe Argentina mostrou ter mais recursos coletivos e, por isso, o prognóstico em seu sucesso neste domingo diante da França na decisão da Copa do Mundo do Catar é o palpite indicado.
